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Controle de Marca e Margens no D2C Industrial: Como Fabricantes Estão Reinventando a Relação com o Cliente Final

  • Foto do escritor: Wady Issa Fernandes
    Wady Issa Fernandes
  • 31 de out.
  • 7 min de leitura
Controle de Marca e Margens no D2C
Controle de Marca e Margens no D2C

Durante décadas, a indústria operou de forma confortável no modelo B2B tradicional: produção em escala, vendas para distribuidores e varejistas, e pouquíssimo contato com o consumidor final. Mas essa realidade está mudando — rápido.


O modelo D2C (Direct to Consumer) vem transformando não só marcas de consumo como também indústrias que desejam maior controle de marca, margens e relacionamento com o cliente final. Em 2025, quem ainda depende apenas de intermediários está perdendo dados preciosos, margem de lucro e, mais importante, relevância.


Neste artigo, vamos explorar como indústrias podem usar o D2C como ferramenta para:


  • Eliminar intermediários e aumentar a margem por venda

  • Controlar melhor a percepção da marca no mercado

  • Coletar dados diretos do consumidor para inovação e fidelização

  • Reduzir o custo de aquisição de clientes no médio prazo

  • Testar novos produtos e canais com agilidade


Se você é diretor, CEO ou gestor de marketing industrial, este texto é pra você. Bora destravar valor?


O que é controle de marca no D2C? 🎯


No modelo B2B clássico, a indústria raramente controla:


  • O preço final do produto

  • A forma como o produto é apresentado

  • A experiência de compra e pós-venda

  • A comunicação com o usuário final


Tudo isso fica nas mãos do distribuidor ou revenda.


Já no D2C, a indústria assume o papel completo de marca e canal — desde a comunicação até a entrega.


Esse controle permite que a empresa:


  • Padronize o branding em todos os pontos de contato

  • Garanta experiência do cliente de ponta a ponta

  • Crie diferenciais diretos, como suporte técnico, comunidades ou personalização


💡 Um estudo da commercetools mostra que 53% das marcas industriais que migraram para o D2C o fizeram para assumir controle sobre sua narrativa e diferenciação.


Como o D2C melhora as margens industriais 💸


A conta é simples:


CENÁRIO B2B

Indústria → Distribuidor (30%) → Revenda (20%) → Cliente final➡️ Resultado: até 50% do valor de venda escapa da indústria


CENÁRIO D2C

Indústria → Cliente final (via e-commerce ou canal próprio)➡️ Resultado: a indústria captura até o dobro da margem bruta


Claro, isso vem com novos custos (logística, marketing, suporte), mas a economia em comissões e o acesso direto a dados compensam — e muito.


📊 Segundo dados da Shopify Plus, marcas D2C industriais relatam crescimento médio de 18% na margem líquida por unidade após adoção de canais diretos.

Além disso, o D2C permite uma gestão mais refinada do portfólio de produtos. Ao entender diretamente o que o cliente final valoriza, a indústria pode priorizar itens com melhor margem e descontinuar linhas com baixa atratividade, algo impensável quando se depende apenas do feedback do varejo.


💡 Case real: 


A empresa Blendtec, fabricante de liquidificadores industriais, aumentou suas margens ao criar uma operação D2C focada em vendas diretas via e-commerce. Com a campanha viral “Will It Blend?”, não só reduziram custos com distribuidores, mas também impulsionaram o valor percebido da marca — vendendo diretamente com markup mais alto e controle total da narrativa.


Dados do consumidor: o novo petróleo para a indústria ⛽📈


Ao vender diretamente, a indústria finalmente acessa dados como:


  • Histórico de compras e frequência

  • Canais preferidos de comunicação

  • Dores e necessidades relatadas no suporte

  • Aderência a promoções ou campanhas

  • Feedbacks reais sobre uso do produto


Esses dados permitem:


  1. Ajustar estoques com base em padrões de demanda

  2. Criar campanhas personalizadas e automáticas

  3. Identificar tendências antes da concorrência

  4. Segmentar o público com base em comportamento real


💡 Case real: 


A Nestlé Health Science usa seu canal D2C para coletar dados sobre frequência de consumo de suplementos alimentares, ajustando estoque e previsão de entrega com base nesses padrões. O uso de IA permitiu reduzir 20% em desperdício de produtos com validade curta.


Outro bom exemplo é a Bosch Tools, que ao vender diretamente para profissionais autônomos e pequenas empresas, conseguiu mapear quais produtos têm maior giro em diferentes regiões — e com isso criou pacotes personalizados para cada cluster geográfico.


Casos reais de indústrias que ganharam controle (e dinheiro) com o D2C 🔧📦


1. Stanley Black & Decker


Lançou sua loja online própria nos EUA e Brasil. Resultado: maior controle sobre lançamentos, campanhas de datas sazonais e precificação. Margem aumentou e a base de leads passou a crescer 5x mais rápido.🔗 Ver estudo de caso na Shopify


2. Philips Lighting (Signify)


Criação de canal próprio para consumidores e arquitetos. O objetivo: coletar dados de uso e comportamento para desenvolver novas funcionalidades e serviços integrados. As vendas via canal direto serviram como laboratório para novos produtos smart lighting.


3. Goodyear


Investiu em venda direta de pneus com instalação agendada em centros credenciados. Eliminaram o repasse a revendas e aumentaram margem sem elevar preço. A operação permitiu mais controle sobre a experiência do cliente, padronização no atendimento e maior fidelização via programa de manutenção recorrente.


4. Whirlpool


A marca lançou um canal D2C para venda direta de eletrodomésticos com instalação e assistência técnica embutidas. Além do ganho de margem, a coleta de dados de uso permitiu desenvolver novos serviços — como manutenção preditiva via app e ofertas baseadas no ciclo de vida do produto.


Como repassar parte da margem ao cliente e ganhar vantagem competitiva 📉


Com menos intermediários, a indústria pode:


  • Reduzir o preço final e ainda lucrar mais

  • Oferecer vantagens como frete grátis, instalação ou suporte personalizado

  • Criar programas de fidelidade com cashback ou pontos

  • Oferecer combos e kits com maior valor agregado


💡 Case real: 


A marca Tramontina, ao vender diretamente para consumidores finais, passou a oferecer kits personalizados com desconto progressivo. A margem total aumentou mesmo com o desconto, pois eliminou repasses a distribuidores e passou a controlar toda a jornada de compra, aumentando também o cross-sell.


Outro exemplo é a Faber-Castell, que criou um clube de assinatura direto ao consumidor com kits temáticos e vantagens exclusivas. Além de vender mais, aumentou o valor percebido e ativou uma base antes inativa.


Como estruturar um canal D2C na sua indústria 🧱🛠️


Migrar para o D2C exige mais do que apenas abrir um e-commerce. É preciso planejamento, operação integrada e visão de longo prazo. Aqui está um passo a passo prático:


Etapa 1: Estratégia e posicionamento


  • Escolha dos produtos: comece com linhas de alto giro, ticket médio saudável e fácil logística.

  • Segmentação do público final: defina se vai focar no consumidor leigo, técnicos, pequenos revendedores ou influenciadores do setor.

  • Política de canal: para não canibalizar o canal B2B, crie linhas exclusivas ou políticas de preço e benefícios diferenciadas.


Etapa 2: Plataforma e estrutura


  • Utilize soluções robustas como VTEX, Shopify Plus ou Magento.

  • Integre seu D2C ao ERP, WMS e CRM para manter fluxo de dados consistente.

  • Estruture suporte ao cliente com atendimento multicanal, rastreio de pedidos, SLA claro e políticas de devolução ágeis.

  • Considere 3PLs (operadores logísticos terceirizados) para escalar com menos dor de cabeça.


Etapa 3: Lançamento e campanhas


  • Lançamentos piloto com foco em público-chave (ex: revendedores de pequeno porte, influenciadores técnicos, consumidores engajados).

  • Ofertas exclusivas para quem compra direto (frete grátis, bônus, kit de brinde, prioridade em lançamentos).

  • Invista em educação de mercado: blog técnico, vídeos explicativos, comparativos com outros canais e tutoriais ajudam a criar autoridade e preferência.


Riscos e como evitá-los 🚧⚠️


Nenhuma transformação estratégica vem sem riscos. Veja os mais comuns e como mitigá-los:


🔥 Conflito com distribuidores


Solução: evite brigar por preço. Ofereça produtos ou kits exclusivos no D2C. Use o canal direto como “laboratório de inovação” e compartilhe os aprendizados com a cadeia B2B.


📦 Problemas logísticos


Solução: use operadores logísticos que já atendem e-commerce ou marketplaces. Comece com poucos SKUs e aumente gradualmente. Transparência no tracking e política de devolução sem fricção são mandatórias.


🤖 Falta de conhecimento digital


Solução: monte um time híbrido. Traga talentos do e-commerce e combine com a inteligência industrial interna. Não tente “ecommercerizar” seu gerente de vendas B2B — são mundos diferentes.


🧾 Complexidade fiscal


Solução: automatize processos fiscais com ERPs integrados e gateways de pagamento com emissão automática de NF. Busque apoio de consultorias tributárias especializadas em D2C industrial.


Ferramentas para gerir bem o D2C industrial 🧰


O stack tecnológico é a espinha dorsal da operação D2C. Aqui estão algumas ferramentas essenciais:


  • Shopify Plus, VTEX, Magento – para o e-commerce robusto e escalável

  • Klaviyo, RD Station, ActiveCampaign – automação de marketing e personalização de jornada

  • Pipefy, Zendesk, Freshdesk – atendimento e suporte ao cliente com SLA

  • Google Analytics 4, Hotjar, Microsoft Clarity – monitoramento de jornada e comportamento do usuário

  • TinyERP, Bling, Omie – ERPs integráveis com foco em PMEs industriais


Indicadores para acompanhar 📊


Medir é fundamental. Não existe escala sem controle. Acompanhe os seguintes KPIs:


  • Margem bruta por canal: qual sua margem no D2C vs. B2B tradicional?

  • CAC (Custo de Aquisição de Cliente): quanto custa cada novo cliente D2C?

  • LTV (Lifetime Value): o valor total gerado por cliente ao longo do tempo.

  • Churn rate: taxa de cancelamento ou inatividade dos clientes.

  • Taxa de recompra: clientes que retornam e compram novamente.

  • Engajamento em canais próprios: abertura de e-mails, cliques em push notifications, tempo de navegação no app.

  • Satisfação do cliente: via NPS, pesquisas e avaliações pós-compra.


Conclusão: controle é margem, e margem é poder 💡🔓


O D2C não é só mais um canal — é uma estratégia para ganho de competitividade estrutural. A indústria que domina seus dados, margens e posicionamento não apenas vende mais: ela evolui mais rápido, inova com mais precisão e fideliza com mais inteligência.


Além da margem, o D2C entrega algo ainda mais valioso: relação direta com o cliente final. E essa proximidade vira feedback, co-criação, fidelidade e defesa de marca. Tudo isso sem intermediários drenando valor ao longo do caminho.


Se sua indústria ainda está presa ao modelo puramente B2B, está na hora de rever o jogo. O cliente já está digital. A pergunta é: sua operação está?


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