Venda Direta da Indústria (D2C Industrial) no Brasil: como operar venda direta sem destruir seus canais atuais
- Wady Issa Fernandes
- 2 de nov.
- 6 min de leitura

O maior equívoco do industrial brasileiro sobre D2C 🤯
Quando se fala em “venda direta da indústria”, a maior parte das fábricas brasileiras pensa automaticamente em:
romper distribuidor
virar varejista
montar loja própria
criar exército de SAC
brigar com parceiros históricos
Isso é mito.
D2C Industrial não é ruptura de canal. D2C Industrial é criar um canal adicional de captura de demanda que a indústria nunca acessou antes.
Esse conteúdo aqui é para industrial que nunca fez venda direta, mas sabe que se não aprender agora… vai ficar preso no mesmo ciclo dos últimos 30 anos.
E sim: D2C industrial é totalmente compatível com o modelo atual do Brasil. O industrial não precisa destruir distribuidor para vender direto.
O industrial precisa aprender a governar canal.
Como o modelo industrial atual aprisionou a fábrica 🔒
O modelo industrial brasileiro ficou preso em uma lógica de “reagir ao pedido”.
O distribuidor virou filtro. E esse filtro moldou o destino estratégico da indústria.
Quando distribuidor é o único canal:
a fábrica não sabe onde existe demanda real
a fábrica não sabe quem compra
a fábrica não sabe quanto pagaria o comprador final
a fábrica não controla elasticidade de preço
a fábrica não entende diferencial percebido
Esse “aprisionamento industrial” não foi feito por mal. Ele foi histórico. Ele foi cultural. Ele foi modelo mental herdado.
Mas o mundo mudou.
O comprador industrial agora quer comparar, quer velocidade, quer previsibilidade, quer autonomia.
E essa mudança fez a fábrica entender uma coisa dura:
sem D2C industrial, a fábrica depende do distribuidor para existir no mercado.
O que é D2C Industrial (e o que NÃO é) 🧭
O que é D2C Industrial?
é a indústria vendendo diretamente para quem usa o produto
é a indústria capturando demanda e não esperando ela ser trazida
é a indústria aprendendo comportamento do comprador real
é a indústria construindo canal próprio e governado
O que NÃO é D2C Industrial?
não é virar varejista
não é queimar preço
não é competir com o distribuidor
não é matar canal atual
não é criar guerra comercial interna
D2C Industrial é complementaridade estratégica de canal.
O industrial distribui o poder comercial dele entre mais atores — e não concentra em um único intermediário.
Por que agora o D2C Industrial chegou no Brasil 🚀
Existem 5 forças simultâneas que tornam agora o momento ideal para o D2C industrial no Brasil:
comprador industrial aprendeu a comprar online (efeito pós-consumo digital)
marketplace B2B agora existe no Brasil (Mercado Livre Negócios)
distribuidor reduziu disponibilidade em estoque para reduzir risco
pressão de margem aumentou e a fábrica precisa buscar elástico novo
produção nacional aumentou capilaridade e diversificou segmentos
Referências
Reuters vem cobrindo que marketplaces B2B estão puxando supply chain global para “origem de demanda digital”: https://www.reuters.com/markets/americas/
CNN Brasil já traz reportagens com linha editorial clara: “digitalização industrial está acelerando ritmo de compras diretas no país”: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/
Esse movimento não é teórico. Ele já começou. E o industrial que entrar agora pega a curva certa — antes de virar consenso.
Como funciona o D2C Industrial passo a passo (explicado para iniciante total) 🧩
D2C Industrial funciona como um funil operacional simples:
Origem de Demanda: onde está a intenção?(mercado, pesquisa, marketplace, conteúdo, recomendação, uso real)
Primeiro Canal Direto Controlado: pode ser Mercado Livre B2Bpode ser um canal direto da fábrica
Entrega com padrão industrial: D2C industrial não pode ser lento.Aqui é onde a fábrica precisa atuar como operação efetiva de entrega.
Construção de Reputação Digital: avaliações, provas sociais, casos reais — é isso que gera escala
Learning Loop (aprendizado contínuo): o dado do comprador volta pra fábrica e muda produto / catálogo / comunicação futura
O jogo é esse loop.
A fábrica aprende demanda real. E distribuidor vira complemento — não prisão.
Como escolher categoria / linha piloto para D2C Industrial 🎯
A escolha da linha piloto é o fator MAIS subestimado desse processo.
O erro clássico do industrial brasileiro: quer começar vendendo seu SKU “herói”.
Não faça isso.
O SKU de entrada precisa ser:
fácil de explicar
fácil de comparar
já com demanda ativa
baixo atrito de uso
boa margem para absorver custo de estrutura digital
Exemplos brasileiros claros
Worker sempre começa categoria por SKU “representante de aplicação” → fácil de entender. https://loja.mercadolivre.com.br/worker-oficial
Arprex começa por SKU que ensina o uso de ar comprimido → reduz curva de atrito. https://loja.mercadolivre.com.br/arprex
Schulz inicia por compressores portáteis → categoria fácil de leitura e pesquisa ativa. https://loja.mercadolivre.com.br/schulz-oficial
A categoria piloto de D2C Industrial precisa servir para educar o comprador e educar o algoritmo de canal simultaneamente. Pricing no D2C industrial sem destruir o canal indireto 💰
Quando o industrial pensa em venda direta, o medo número 1 é: “vou entrar em conflito com meus distribuidores.”
Mas D2C industrial não precisa ser ruptura comercial. Ele pode (e deve) ser complementariedade saudável.
Como definir preço corretamente:
o preço no Mercado Livre não deve ser o mais barato — ele deve ser coerente
mantenha o posicionamento de preço alinhado ao valor entregue pelo produto
desconto deve ser estímulo de volume, não redução estrutural
o canal direto existe para incrementar demanda e não substituir canal existente
Preço ruim destrói canal. Preço inteligente sustenta todo o ecossistema.
Referência
CNN Brasil já trata o tema abertamente: distribuição tradicional está sendo pressionada e novos formatos digitais estão criando novas “zonas de preço”. https://www.cnnbrasil.com.br/economia/
Exemplos brasileiros
Worker não destrói política de canal ao estar no Mercado Livre → posiciona valor claro de aplicação. https://loja.mercadolivre.com.br/worker-oficial
Arprex não briga por preço baixo → briga por benefício e uso real do produto. https://loja.mercadolivre.com.br/arprex
Schulz separa politicas de categoria leve x pesada → isso evita conflito com o distribuidor. https://loja.mercadolivre.com.br/schulz-oficial
O D2C industrial bem feito não canibaliza canal. Ele amplia o tamanho total do mercado acessível.
Operação, logística e atendimento no D2C Industrial ⚙️
Essa é a parte que separa o industrial que cresce… do industrial que se frustra.
O D2C industrial exige maturidade operacional porque:
comprador industrial não tolera atraso
comprador industrial quer confiabilidade
comprador industrial quer informação correta
3 pilares operacionais que definem se o D2C industrial vai funcionar:
SLA firme (despachar rápido é diferencial real)
previsibilidade de preço e disponibilidade
informação clara de entrega e retorno
Um marketplace como o Mercado Livre penaliza lentidão. Isso acontece porque ranking é resultado do seu histórico prático, não do seu discurso.
Exemplos brasileiros
Schulz tem playbook logístico próprio para giro rápido.https://loja.mercadolivre.com.br/schulz-oficial
Vonder trabalha agressivamente disponibilidade (D2C + indireto coexistindo).https://loja.mercadolivre.com.br/vonder-oficial
Lynus opera mix largo sem perder SLA.https://loja.mercadolivre.com.br/lynus
D2C industrial é disciplina operacional com impacto direto na margem do negócio.
Como acelerar demanda dentro do D2C Industrial 📈
Esse é o ponto onde muita fábrica erra: acha que o marketplace é só um “showroom digital”.
Marketplace é:
canal
reputação
mídia
aprendizado de demanda
No Mercado Livre existe intenção de compra ativa. Esse é o ouro do jogo.
Formas de acelerar dentro do próprio marketplace:
melhorar avaliação dos produtos (reviews reais)
comprar tráfego dentro da própria plataforma (anúncios patrocinados internos)
otimizar títulos, categorias e palavras de aplicação prática
fazer parceria com o time comercial do Mercado Livre Negócios quando for possível
Exemplos brasileiros
Worker captura intenção no marketplace e recicla para comunicação. https://loja.mercadolivre.com.br/worker-oficial
Schulz usa produtos leves para aprender demanda e expandir. https://loja.mercadolivre.com.br/schulz-oficial
Vonder usa o marketplace como radar de tendência de aplicação. https://loja.mercadolivre.com.br/vonder-oficial
Referência
Reuters já documentou que marketplaces industriais estão se tornando hubs primários de descoberta global de demanda: https://www.reuters.com/markets/americas/
No Brasil, isso está começando agora.
Conclusão: a fábrica brasileira livre para escalar 🧠
A indústria brasileira passou décadas refém do distribuidor. Era ele quem escolhia o que o mercado via.
Agora a fábrica pode assumir o volante do próprio destino comercial. E quando ela entende isso… ela volta a ser origem de demanda e não apenas “resposta à demanda”.
D2C industrial é liberdade.D2C industrial é governança.D2C industrial é escala segura.D2C industrial é estratégia — não guerra.
Essa é a próxima onda industrial brasileira. Não para destruir o modelo atual… mas para ampliá-lo.
Cresco: quem lidera o futuro da indústria brasileira
A Cresco não é só mais uma “agência”. A Cresco é uma ferramenta para crescimento das indústrias.
Nós construímos o industrial livre. Nós criamos canal adicional real. Nós transformamos indústria em origem de demanda.
Essa é a nova economia industrial brasileira.
E a Cresco está alinhada com a linha de frente dela.
Links externos adicionais 🔗
Reuters – supply industrial LATAM: https://www.reuters.com/markets/americas/
CNN Brasil – impactos da digitalização industrial no país: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/
Think With Google – comportamento B2B digital: https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/
McKinsey – marketplace B2B global insights: https://www.mckinsey.com/business-functions/growth-marketing-and-sales/our-insights/next-gen-b2b-marketplaces
GS1 Brasil – padrões industriais: https://www.gs1br.org/





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