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Preço no D2C Industrial no Brasil: Como dominar categoria sem virar commodity

  • Foto do escritor: Wady Issa Fernandes
    Wady Issa Fernandes
  • 4 de nov.
  • 5 min de leitura
Preço no D2C Industrial no Brasil
Preço no D2C Industrial no Brasil

O tema “preço” dentro do digital industrial brasileiro é um dos assuntos mais mal interpretados que existe. 🧠🔥


Durante anos, a precificação na indústria foi tratada como um ajuste final da engenharia financeira, quase sempre derivada do custo + markup… como se o preço fosse uma consequência — e nunca uma ferramenta ativa de poder estratégico.


Só que no D2C industrial o jogo é outro. Preço é discurso. Preço é narrativa. Preço é disputa simbólica de território na cabeça do comprador. É o primeiro filtro cognitivo que define se você está entrando na categoria como marca líder… ou como alternativa substituível barata.


E tem um fator cultural brasileiro que agrava isso: o industrial nacional cresceu treinado em venda “via canal”, onde preço era majoritariamente política, não posicionamento. No digital — isso imploda.


Porque o canal digital não pensa politicamente. Ele pensa economicamente. E no digital… preço vira a primeira camada de Design de Categorias Industrial (Category Design Industrial) — processo estratégico onde a indústria molda como o mercado percebe, classifica e valoriza uma categoria de produto. 🤜🤛


O digital não negocia intenção. O digital define significado.


E é por isso que preço no D2C industrial não pode ser tratado como planilha — precisa ser tratado como arma. Vejamos a seguir o porquê.


Antes de seguir, se você ainda não leu, leia nosso playbook completo de D2C Industrial no Brasil (onde está a base fundacional de toda a tese estratégica dessa série).


Preço como arma estratégica de poder, não como tática de desconto 🧠🔥


No industrial brasileiro existe uma crença equivocada: que preço é “custo + markup”. Isso é visão contábil. Não estratégica.


Em D2C industrial, preço é:


  • posição de categoria

  • narrativa

  • framing mental do comprador

  • mecanismo de captura de demanda

  • filtro semântico de diferenciação na SERP (Google / AI Search)


Preço é comunicação condensada. Preço é posicionamento. Preço é estratégia competitiva concentrada. Preço é warfare psicológico contra substituto e concorrente oportunista ⚔️.


Quando a indústria pensa preço como tabela → ela renuncia poder.


D2C industrial precisa precificar uma ideia de valor… não um produto 💡


Preço é a forma mais rápida de explicar o que esse produto é sem precisar escrever 3 mil palavras.


Em D2C industrial o preço:


  • define hierarquia mental da categoria

  • reforça diferenciação técnica

  • alinha expectativa de performance e longevidade de uso


Quando preço posiciona → a marca governa significado. Quando preço não posiciona → o canal decide quem você é.


Essa é a guerra real hoje: quem dita o baseline da categoria? A indústria ou o marketplace?


Exemplo brasileiro que demonstra isso com clareza: Nakata 🔧


No contexto automotivo industrial brasileiro, Nakata é referência em reposição e confiabilidade técnica — não porque é a mais barata — mas porque se posicionou como marca que evita dor de cabeça. https://www.nakata.com.br


Nakata não compete por preço baixo. Nakata compete pela narrativa de: pague um pouco mais agora → não pague duas vezes depois.


Isso é precificação estratégica aplicada. Isso é linguagem de autoridade técnica convertida em valor percebido.


O erro mortal na precificação D2C industrial brasileira 😵


A maior parte das indústrias entra no digital com o mindset:


“quero ganhar share rápido — então baixo preço”

Isso arranca a marca da liderança e joga o produto no universo da substituição → onde ele vira peça equivalente. E peça equivalente = commodity. Commodity = margem destruída. Margem destruída = canal perde respeito da marca.


Desconto é anestesia. Preço estratégico é arma de dominância. 🚀


Como pensar preço no D2C industrial? 🎯


Preço não existe para converter checkout. Preço existe para moldar categoria.


São 3 princípios:


  1. Preço define categoria

  2. Preço elimina comparação com “genérico equivalente”

  3. Preço cria barreira psicológica de entrada


Preço é manifesto. Preço é categoria. Preço é posicionamento mental 🧩


E isso pesa ainda mais quando você compete contra:


  • cross border barato

  • marketplace treinando consumidor a “comparar preço primeiro”

  • revendas paralelas surfando sua reputação

  • players oportunistas que rankeiam SEO sem legitimidade técnica


Preço é defesa + ataque simultaneamente.


Engenharia de Margem aplicada + framework para política de preço 📊🧮


Agora que estabelecemos que preço é estratégia de domínio e não tática de conversão… precisamos aterrissar isso na matemática real do Brasil.


Porque no jogo industrial — se o preço não fecha conta, ninguém sobrevive.


A precificação D2C industrial precisa ser matematicamente viável 💰


Regra simples (e brutal):


se o SKU não sustenta margem igual ou maior do que canal indireto → ele não deveria ir para D2C.

Sem romantismo. Sem ideologia .Sem PPT otimista.


O cálculo macro didático 🎯


No D2C industrial brasileiro sempre entram 5 grandes blocos de despesa:


  • custo industrial (COGS)

  • impostos (ICMS + ST + DIFAL) (ST = substituição tributária; DIFAL = diferença de alíquota interestadual)

  • processamento + antifraude (2,4% ~ 3,2% média BR)

  • logística (frete no Brasil é alto — especialmente fora do eixo Sudeste) 🚚

  • CAC real (não o CAC “NSA/powerpoint otimista do marketing”)


Exemplo nacional real de risco transacional: o Mapa da Fraude da ClearSale mostra a magnitude do impacto financeiro e operacional de risco no e-commerce no Brasil: https://br.clear.sale


Ignorar isso na precificação é suicídio industrial.


Framework de Formação de Preço Industrial D2C (simples, poderoso, aplicável)


Preço final deveria nascer da combinação de 3 variáveis estratégicas:


Variável

Pergunta chave

Posição da marca na categoria

“Sou líder / especialista / premium / referência?”

Valor percebido da solução

“Que problema real eu resolvo melhor que outros?”

Unit economics por SKU / UF / canal

“Esse produto faz sentido vender direto em qual geografia e em qual canal?”

Se qualquer um dos 3 não fecha → esse SKU não sobe pro D2C.

É disciplina industrial. É sobrevivência.


Como evitar conflito de canal com o preço? 🤝


Preço não existe para disputar com distribuidor.


Preço estratégico é:


  • ancoragem mental de valor

  • diferenciação narrativa (porque esse produto justifica esse preço)

  • educação econômica do consumidor (barato = dor futura)

  • proteção de margem e ecossistema


Nakata aqui vira espelho e benchmark de mentalidade:

Nakata não vende “peça”. Nakata vende segurança e confiabilidade técnica. https://www.nakata.com.br


Esse tipo de narrativa é respeitada pelo distribuidor — porque não tenta substituí-lo… eleva o valor que ele captura.


O resumo que CEO / CFO industrial precisa tatuar 🧠


D2C industrial saudável é o equilíbrio entre:


  • Preço como posicionamento

  • Margem como fundação econômica

  • Canal como continuidade do ecossistema


Preço não é destruição de canal. Preço é governança de intenção.


Conclusão sobre precificação no D2C🏁


Preço é a primeira camada real de Design de Categorias Industrial (Category Design Industrial) — processo estratégico onde a indústria molda como o mercado percebe, classifica e valoriza uma categoria de produto. É o que separa:


  • quem fabrica e domina demanda versus

  • quem fabrica e vira fornecedor anônimo de marketplace.


O industrial brasileiro que dominar precificação como mecanismo estratégico — e não como planilha automática — vai ditar o terreno competitivo da próxima década.


Lembrando: O D2C industrial não existe para “cancelar canal”. Existe para reconstruir a soberania da indústria sobre o valor que ela gera.


Para aprofundar a visão estrutural de como isso se conecta com a mudança sistêmica do setor, recomendo também ler nosso playbook completo de D2C Industrial no Brasil 

 
 
 

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